Teremos sempre arroz
Desde Março que ando farto de comer "arroz", não há mudanças na ementa nem novas ideias. Já reclamei com o chefe de cozinha que disse publicamente que promete não meter tanta água no seu cultivo, pois o Natal vai ser semidesconfinado com restaurantes de horário alargado para desenjoar do "arroz" sendo hora de experimentar o polvo, o bacalhau e o peru. Antes desta benesse, o cozinheiro profissional mais os seu ajudantes ministeriais decidiram renovar o Estado de Emergência, o nome pomposo que permite dar umas facadinhas ao regime democrático, nos nossos direitos, liberdades e garantias. Não importa o pandemónio económico, social e afectivo que os confinamentos têm provocado, o arraso de sectores como o comércio, turismo e a restauração, nem a pobreza e a desigualdade que se avizinham, como diria o nosso misericordioso primeiro ministro, imitando o apaixonado Humphrey Bogart, no filme "Casablanca", "teremos sempre arroz" - e outros nem isso!