Para o Sado nunca mais

Confesso que estava com grande curiosidade em ver a renovação urbanística de Tróia depois da demolição das torres do antigo complexo da Torralta. Afinal surgiram outros mamarrachos, mais modernos, em forma de prédios e hotéis, bunkers para ricos, colados a uma reserva natural, e praias que outrora eram públicas passaram a ser vedadas. Os preços na economia local dispararam, o estacionamento é insuficiente, obrigando os visitantes a deixarem as suas viaturas em parques exorbitantemente caros. É óbvio que a maior parte dos portugueses não pode usufruir da areia branca e da água azul turquesa das suas praias, tomada de assalto por uma elite endinheirada. Do outro lado da Península, na Arrábida, as coisas não estão melhor pois durante a época balnear é proibido a circulação de viaturas particulares às praias da margem direita do rio Sado, obrigando as pessoas a apanhar transportes públicos dispendiosos. Para mim chega, para o Sado nunca mais!