Os cuidadores informais
A nova Lei de Bases da Saúde não contempla um estatuto para proteger os cuidadores informais, pessoas, amigos, familiares, vizinhos que ajudam outros indivíduos incapacitados a realizar as suas actividades diárias. A ministra da Saúde bem quer ignorar as 800 mil pessoas que cuidam gratuitamente destes dependentes, as 200 mil a tempo inteiro mas esquece-se do efeito ricochete: a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde. É que muitos destes cuidadores que gerem duas casas e substituem o Estado vão lá procurar ajuda pois entram em exaustão, em stress, em esgotamento nervoso, irritabilidade, com várias alterações de humor e insónias, uma sensação de dever de obrigação que ainda os torna mais doentes daqueles que cuidam.