Olha para o que eu digo, não olhes para o que faço
Não preciso que chamem o Polígrafo para fazer "fact-checking", todos nós vimos o Presidente da República na sua visita à Guiné-Bissau andar pendurado do lado de fora do carro para cumprimentar a população que o recebeu de forma eufórica, chegando mesmo a sair da viatura para ir ao encontro da multidão, sem distanciamento físico, sem máscaras, sem qualquer tipo de respeito pelas medidas de prevenção da Covid-19, isto feito por alguém que, dias antes, se queixava dos custos para a saúde pública dos festejos da noite sportinguista, numa espécie de "olha para o que digo, não olhes para o que faço". Com tal deboche pelas ruas de Bissau, os "especialistas" influencers e os moralistas que atribuíram um aumento de casos em Lisboa por causa das celebrações futebolísticas, terão que arranjar outras fórmulas matemáticas mas suspeito que ainda vão chegar à conclusão que afinal o vírus é racista, só ataca os brancos de Alvalade e que, em África, não existe grau de transmissibilidade de infeção (RT).