O regresso dos negacionistas
Depois dos negacionistas do Holocausto e dos negacionistas das alterações climáticas, da teoria da ligação entre os efeitos da rede 5G e a Covid, da conspiração das vacinas com chip localizador, surgem agora os negacionistas da guerra na Ucrânia. A sua cegueira ideológica radical transforma o leste europeu numa espécie de filme "Matrix" onde tudo é uma ilusão e propaganda anti-Rússia. No conforto das suas casas, acham que as cidades cercadas sem acesso a água, electricidade ou gás, debaixo de temperaturas negativas, sem comida e medicamentos é desinformação. Um povo trucidado pelos bombardeamentos às suas casas, hospitais e maternidades só pode ser manipulação, os disparos sobre corredores humanitários são criação da imaginação. No fundo, a culpa da "operação especial" é da Nato, da União Europeia, dos americanos, das elites, dos globalistas. Relativizam a violência da Rússia sobre a Ucrânia, justificam estes crimes com outros crimes no passado usando da "boa consciência moral de esquerda", consideram o assassinato de jornalistas e o envenamento de adversários políticos como fake news. Estes negacionistas são iguais à extrema-direita europeia de Le Pen, Salvini, adoram Trump e Bolsonaro, não condenam esta invasão porque apoiam um autocrata conservador disfarçado de nacionalista eslavo.