O pior 25 de Abril de sempre
Foi irónico ver as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, a chamada casa da democracia que recentemente autorizou o Presidente da República a declarar o 15º excessivo estado de emergência em Portugal, concedendo decretos-leis que atentam à nossa liberdade individual e colectiva. Os cravos deviam ser substituídos por urtigas, tanta irritação têm provocado na pele dos portugueses. Reparem bem no desplante, os diplomas do reforço dos apoios sociais devido à pandemia podem violar a Constituição por "aumentarem a despesa do Orçamento de Estado", mas o direito ao trabalho, ao sustento, a direitos básicos de cidadania, o encerramento de vários sectores da actividade económica, de sectores sociais e de saúde já são constitucionais. Antes do 25 de Abril havia ditadura política e a DGS (Direcção-Geral de Segurança), agora existe uma ditadura sanitária e a DGS (Direcção-Geral de Saúde), antes do 25 de Abril não havia férias, agora é preciso um passaporte sanitário para viajar, outrora havia presos políticos, agora existem presos saudáveis confinados, antigamente existiam cadeias de tortura, agora existem cadeias de transmissão, noutros tempos não havia SNS, agora o SNS não consegue servir os cidadãos. Antes do 25 de Abril os símbolos de autoridade foram o polícia, professor, padre e pai, agora as imagens de autoridade são o polícia, os "especialistas" em virologia e os médicos "influencers". "Grândola Vila Morena" foi o gatilho da revolução, o "Vai ficar tudo bem" é a resignação da miséria.