Moção de desconfiança
Em vez de criar este forrobodó no Governo e fazer-se de vítima, o primeiro-ministro devia copiar o exemplo de Hernâni Dias, o antigo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, que tinha criado duas empresas imobiliárias que poderiam beneficiar da lei dos solos, e demitir-se. Preferiu trespassar para a família a empresa de onde recebia avenças quando já era governante, escondendo a violação do dever de exclusividade, indo de encontro ao conflito de interesses. Luís Montenegro vai conseguir aprovar a única moção possível - a da desconfiança - por mais serviçais políticos que envie para intoxicar a opinião pública portuguesa na tentativa de limpar-lhe a imagem.