Make America normal again
"Make America normal again" (tornar a América novamente normal), podia ser o slogan da campanha presidencial de Joe Biden, mas apesar da sua pequena vitória que castiga os últimos 4 anos anómalos na Casa Branca, o país continuará dividido e egoísta por causa do sopro daquele "trumpetista" que distorce a realidade. Os resultados das eleições mostram que a América rural está rodeada de falsos pudicos, continua a ser conservadora, parola, sexista e muitos dos eleitores urbanos ignoram o racismo endémico - já se esqueceram dos negros que morreram às mãos da polícia -, a desigualdade, as alterações climáticas e fecham os olhos ao espectáculo degradante dos imigrantes na fronteira com o México. Não deixa de ser irónico que a primeira democracia do mundo tenha elegido, em 2016, um populista que é a própria ameaça à soberania nacional e pisca o olho ao supremacismo branco - o célebre "recuem e estejam a postos", dirigido a um grupo de extrema direita - sendo assustador pensar que a venda de armas disparou no mês de Outubro. Como diria Armstrong na chegada à Lua, tirar Donald Trump da presidência da maior potência mundial "é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade".