Cada macaco no seu galho
Quando vi a notícia na televisão, "macaco ameaça em restaurante", pensei que fosse mais uma vitória do partido PAN, onde os símios, à semelhança de outros animais de estimação, já pudessem entrar nesse tipo de estabelecimentos. Afinal foi um primata armado em juiz, engenheiro de fendas na bancada nas horas vagas, alguém que devia estar em Custóias mas sentencia outro cidadão a ir para o Linhó. De facto, perdeu-se um individuo legalizado com tantas capacidades ocultas. Na mesma cidade, um juiz invoca a Bíblia para justificar que a infidelidade é atenuante para quem pratica violência doméstica, extrapolando as suas funções. À semelhança do primeiro caso, as vocações andam trocadas, este magistrado devia ser padre ou sacerdote, para se evitar dizer "cada macaco no seu galho".