Aquela maldita noite
Cinco anos e seis mortes depois da tragédia do Meco, convém relembrar mais um episódio negro que ultimamente tem assolado a justiça portuguesa, o arquivamento de um processo sem culpados. No entanto, este tem uma peculiaridade sádica, pois os pais, além de carregarem a dor de perder os filhos, ainda levam em cima com um processo de difamação movido por um magistrado. Parece que é uma heresia fazer críticas à investigação do Estado, descobrir pontas soltas, estranhar-se que a Universidade onde os jovens pertenciam nunca tenha fiscalizado a Comissão de Praxes e só tenha realizado um inquérito 40 dias depois dos factos. A maresia da maldita noite tresanda a praxe, mas na dúvida, a sociedade precisa mostrar que a submissão não é um caminho, denunciar os machos de colher de pau gigante na mão, as veteranas emproadas que berram e humilham, os imbecis que estragam a tradição académica.