A ferro e fogo
Imaginem meia dúzia de políticos burgueses depois de um jantar bem regado com Cava num dos restaurantes mais caros da Madeira ao som de Montserrat Caballé, preparando e executando um referendo com vista à independência da ilha só porque têm uma bandeira própria e falam uma língua estranha. Depois do "sim" no referendo que ninguém reconhece, o Governo da Região Autónoma declara-se Estado, satisfazendo o jardinismo, uma espécie de separatismo radical. Imitando o trabalho inconsciente e surrealista de Dalí, gozam com o Governo central, violam a Constituição, o próprio estatuto autonómico e ignoram os tribunais. Temendo a sentença final do Supremo, o mentor principal foge da ilha, outros são condenados a penas de prisão sem antes deixarem aquela região a ferro e fogo à mercê do radicalismo. Qualquer semelhança entre a ficção madeirense e a situação na Catalunha é a mais pura realidade.