A profissão impossível
Freud escreveu que a "educação é uma profissão impossível". Agora, em Portugal, isso nunca fez tanto sentido. As sucessivas políticas educativas ao longo dos tempos enxovalham os professores, desmotivam-nos, fecham escolas, aumentam o número de alunos por turma, extinguem disciplinas e enfraquecem o Ensino. De cidadão exemplar e modelo social, o professor passou a chamar-se "individuo portador de habilitações para a docência". A vocação agora é controlar a angustia dos insuficientes concursos nacionais de colocação, e, se tiver sorte, planear a vida longe da família ao melhor estilo saltimbanco, enfrentando a inveja, a competição dos colegas e a avaliação pidesca.