O rio do esquecimento
Raiva, olho o Douro, desejando que este fosse o Lethes, o rio do esquecimento. Dez anos e duas pontes depois, pouco mudou: um estranho isolamento, tão perto do Porto e tão longe de tudo. Castelo de Paiva permanece submergido pelo rio, como de um concelho do interior se tratasse. Inertes, assistimos à queda da ponte, ao ruir de um dos pilares da democracia - a política -, erodida através da culpa que foi imposta às cheias do rio. A ferida dolorosa nunca cicatrizará, resta saber se as prometidas acessibilidades também demorarão semelhante tempo.