Este país não é para velhos nem para licenciados
As recentes notícias de idosos terem sido encontrados mortos na solidão e no abandono das suas casas, vem demonstrar que este país não é para velhos e, eu acrescento, nem para jovens licenciados. Da geração mais envelhecida da Europa que vive miseravelmente no centro das grandes cidades à geração "à rasca", dos 500 euros, que vive em casa dos pais; da geração da 4ª classe à geração das múltiplas licenciaturas; da geração da verdadeira música de intervenção de personagens como Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira à "geração parva", dos Deolinda, que nunca se mobilizou para nada a não ser para o comodismo cívico e político. Pela primeira vez nas vossas vidas, berrem, revoltem-se, exerçam o direito de cidadania, mas façam-no por todas as gerações, pelos excluídos, por aqueles que não têm um canudo, pelos desempregados, pelos trabalhadores precários e os explorados pelo patronato.