"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
António Costa conseguiu a maioria absoluta nas legislativas, os eleitores premiaram a "brilhante" gestão da pandemia tirando o facto pouco importante de mais de um milhão de portugueses estarem sem médico de família e haver falta de profissionais de saúde. Rui Rio foi castigado porque ao longo destes anos funcionou como uma espécie de muleta do Governo pois é melhor a falar fluentemente alemão do que a fazer oposição em português. Os centristas, conhecidos pelo partido do táxi por terem poucos deputados no parlamento, transformaram-se num triciclo onde já nem cabe uma pessoa. O Bloco ruiu devido às infiltrações do extremismo de esquerda, o que não deixa de ser irónico para um partido que fez do combate ao extremismo de direita a sua bandeira e o comunismo mostrou que é um produto vintage fora de moda. O Chega, acusado de ser radical, ficou em terceiro lugar de forma soberana, ridicularizando os "democratas" de ocasião. Dizem que neste mundo nada é mais certo do que a morte e os impostos, eu acrescento que em eleições nada é mais certo do que sondagens erradas e a vitória da abstenção!
Não tenho memória de ver uma campanha para as legislativas de tão baixo nível, de um jornalismo vulgar, de debates televisivos com ataques pessoais entre os líderes partidários, combates políticos do vale-tudo e com argumentos pouco esclarecedores, como também não recordo ver tantos canais informativos dependentes do poder político e com falta de comentadores isentos. Lembro-me bem da classe política que aprovou inúmeros estados de emergência que suspenderam o exercício dos direitos, liberdades e garantias, de terem criminalizado a violação de dever do confinamento, dos "agentes de saúde pública" terem multado quem comia umas gomas na rua e umas sandes no carro, de cidadãos a denunciar vizinhos, para agora inexplicavelmente autorizarem os isolados e infectados a votar presencialmente. Perante tanta contradição, no próximo dia 30 resolvi isolar-me de tamanha hipocrisia política e social.
O Serviço de Veterinária de Pombal detectou um vírus altamente contagioso com um nome parvo em gatos e que provoca elevada mortalidade. Os moradores são aconselhados a recolher os gatos de estimação numa espécie de isolamento profilático de modo a não contagiar outros felinos. A porta-voz do PAN e a Comissão Nacional de Eleições dos Felídeos já vieram dizer que esta epidemia não pode condicionar o direito de voto dos mamíferos pois este é garantido pela Declaração Universal dos Direitos do Animal. Os gatos em quarentena ficam dependentes de terceiros para lhes prestar apoio necessário, não podem sair de casa para procurar alimento e sustento mas têm autorização para praticar este sacrossanto desígnio de ir votar, isto apesar de no passado terem sido multados por comer umas gomas na rua e umas sandes que se encontravam no lixo, tendo sido proibidos de saltar para fora dos muros da residência habitual. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.
Num qualquer país decente e normal, a exoneração do Chefe do Estado-Maior da Armada e da Autoridade Marítima Nacional sem qualquer tipo de justificação aceitável geraria grande alvoroço, ainda para mais sabendo-se que a saída de Mendes Calado não foi "por vontade própria". Só neste país é que um primeiro-ministro e o presidente da república se entretêm a jogar à batalha naval política promovendo o novo "herói nacional", Gouveia e Melo, para daí retirarem dividendos. Brincar à defesa militar tentando adivinhar a disposição dos barcos do seu adversário em mares imaginários pode dar sérios naufrágios mesmo em submarinistas experientes.