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DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

Ter | 27.07.21

Aquele cujo nome não pode ser pronunciado

Dylan

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Morreu um dos "capitães de Abril", isso por si só devia ser motivo de profunda tristeza e respeito porque teve mais coragem num dia do que a maioria em toda a sua vida,  mas não, as redes sociais foram inundadas pelo ódio, ressentimento e até regozijo. Otelo Saraiva de Carvalho, cujo nome não pode ser pronunciado pelas viúvas do antigo regime, colocou a sua vida e carreira em perigo para arquitectar um plano que fez derrubar um sistema político sem sequer fazer uma única vítima mortal, escancarando as portas da democracia a um partido como o Chega cuja nota de pesar me provocou asco. Apesar de ter entrado em labirintos políticos obscuros, Otelo sempre negou o seu envolvimento na organização terrorista Forças Populares 25 de Abril, mas mesmo que não o fizesse, os saudosistas arranjariam sempre outra desculpa para o achincalhar como fizeram com Mário Soares porque detestam gente corajosa que os enfrenta e adora a liberdade.    

Dom | 25.07.21

Autofagistas

Dylan

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A cantora e bailarina Blaya ingeriu a placenta misturada num batido depois do seu recente parto. Ainda ontem lancetei um furúnculo e tive pena de não o trazer para casa juntando-lhe uns espargos. Temos que agradecer a esta nova moda de autofagistas porque abrem um sem-número de possibilidades na área da nutrição e da gastronomia em tempo de falta de alimento. Imagino a delícia e os benefícios clínicos que deve ser provar uma vesícula de cebolada, um apêndice com todos, umas amígdalas com puré e até mesmo uma unha encravada com migas!  

Ter | 20.07.21

Apologia do egoísmo

Dylan

 

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Lamento desiludir muito moralista mas como vacinado contra a covid-19 jamais admitirei que tratem os não vacinados - por opção ou por insuficiência de vacinas - como leprosos impuros e que se use um certificado digital inútil para segregar visto que a vacina não impede mas apenas diminui o risco de contrair o vírus. Chega a ser caricato ver alguém a quem foi dispensado tratamento diferenciado devido à sua orientação sexual tentar inferiorizar um não vacinado ou um indivíduo assumir-se de "esquerda" e ter comportamentos discriminatórios indirectos. Não venham com a conversa da preocupação com a saúde pública, da empatia, do bem comum, porque desde Março de 2020 vejo muito egoísta esvaziar as prateleiras do supermercado com o medo de que o mundo acabasse, monopolizando o álcool desinfectante, luvas e máscaras. Não estão preocupados com a vida voltar à normalidade mas sim com o amor aos seus interesses próprios, pois finalmente vão ao restaurante comer as ostras e depois ao hotel da moda, mas quando ouvem António Guterres dizer que “o progresso na vacinação tem sido extremamente desigual e injusto” visto que dezenas de estados não receberam uma única dose, mudam de canal.       

Dom | 04.07.21

O estado do país

Dylan

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O Europeu de futebol serviu para deixar de reflectir sobre o estado do país, uma alienação colectiva de cervejas, tremoços e caracóis onde por instantes se despreza o constante aumento do nível de preços dos combustiveis que já não se verificava desde 2013. No intervalo do jogo, até dá para aprovar a lei de combate à desinformação que coloca o Estado a controlar "narrativas falsas ou enganadoras", uma espécie de censura à liberdade de expressão que lembra outros tempos. Numa altura em que subiu o número de pessoas em situação de pobreza por causa da pandemia e aumenta o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, cresce o número de milionários em Portugal, sem esquecer que já somos dos países com a electricidade e gás mais caros da União Europeia em termos de poder de compra das famílias. Pouco resta dos corajosos portugueses que se aventuraram por mares nunca antes navegados, hoje são um povo medroso governado por "especialistas", pouco importado com as facadinhas dadas na Constituição e nos seus direitos por causa de uma pandemia.