"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
Reflecti sobre a fraca prestação da Selecção portuguesa no Europeu de futebol e há coisas que têm de mudar. Precisamos do vice-almirante Gouveia e Melo como treinador e do seu camuflado que futuramente tornar-se-á tão icónico como o sobretudo cinzento do José Mourinho. A chave do sucesso passaria por contratar Manuel Luís Goucha como consultor de moda e alterar aquele feio equipamento azul turquesa com listas horizontais. Cristina Ferreira também podia relatar os jogos devido ao poder das suas cordas vocais e na área da nutrição desportiva, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, introduziria as famosas compotas antes dos jogos. Rosa Grilo podia ajudar na pontaria às balizas, e na área médica, Paulo Portas é imprescindível devido aos seus conhecimentos em virologia mas também na logística, nomeadamente em viagens de barco, sendo obrigatório convocar para a equipa das quinas o líder do CDS-PP, "Chicão", habituado a fintar dentro de um táxi!
Era impossível Portugal voltar a ter a sorte que teve em 2016, por ocasião do Campeonato Europeu de Futebol, em França. Na altura, os deuses alinharam-se e uma combinação de circunstâncias fizeram com que "Os Aurélios" enfrentassem selecções medianas como a Croácia, Polónia e País de Gales em fases decisivas do torneio. Passados cinco anos, quando se atravessam à frente equipas como a Alemanha e a Bélgica, a sorte deu lugar ao (h)azar(d) e Portugal foi colocado fora do Euro2020, sendo a hora de Ronaldo, Pepe, Fonte e João Moutinho darem o espaço a outros dentro da selecção. Os portugueses tentaram, esgotaram o stock de cerveja, caracóis e tremoços, mas agora é tempo de regressar de Sevilha e voltar à normalidade em terras lusas, trazendo botijas de gás, de preferência com o carro bem atestado porque por aqui os preços dos combustíveis voltaram a subir e sem querer ser desmancha-prazeres lembrar que as moratórias de crédito adiadas estão a terminar.
O arraial em homenagem de Santo António promovido pela Iniciativa Liberal misturando comício político com sardinhada causou muita celeuma chegando ao ponto dos seus apoiantes serem apelidados de "negacionistas", seja lá o que isso for. O partido de João Cotrim Figueiredo apenas usou dos mesmos privilégios que a classe política tem beneficiado desde o início da pandemia, como foi o caso da Festa do Avante, do 1º de Maio e das eleições presidenciais, pois dizem que não se pode restringir nem suspender direitos políticos e actividades partidárias em estado de emergência. Neste autêntico fado da sardinhada, muita gente diz ter presenciado o crime de "pessoas a beber e a comer sem máscara", imaginando eu como será possível ingerir sardinhas, pimentos e caldo verde amordaçado. Suspeito que a autarquia de Lisboa vá enviar por email os nomes e moradas dos ativistas da sardinha assada às autoridades de saúde por excesso de consumo de ácidos gordos essenciais!
Cada vez mais vejo este país transformar-se numa nação de pedantes e lembrei-me daquele colega de trabalho sempre pronto a bajular o patrão mas quando a empresa necessita despedir alguém é o primeiro a levar um pontapé do traseiro. Vem isto a propósito do Reino Unido ter retirado Portugal da "lista verde", ou seja, ter considerado o nosso país um local inseguro para os turistas britânicos viajarem, isto dias depois da festança inglesa no Porto por ocasião da Liga dos Campeões ter sido patrocinada pelo nosso governo. É lamentável ver o político português aceitar o facto de sermos descartáveis do género usar e deitar fora, assistir ao enterro do turismo algarvio passivamente em vez de dar um murro na mesa, mostrar aos ingleses que temos taxas de infecção semelhantes às deles e lembrar-lhes que são um mau exemplo no combate da pandemia pois chegaram a ser o país europeu com mais vítimas por covid, sem falar nas imagens que mostravam a falta de equipamento de protecção individual dos seus profissionais de saúde.