"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
É muito bonita a história da independência financeira e trabalhar por conta própria, mas estes novos empregos de "youtubers" e "influenciadores digitais" cheira a parasitismo moderno. Seduzir jovens e adolescentes através de vídeos de conteúdo duvidoso e inútil não é empreendedorismo, é viver à custa das visualizações de seguidores e subscritores das redes sociais. A maior parte dos assuntos é desinteressante, supérfluo, um negócio de Internet que estupidifica gerações mais novas. Já estou como o Chato, personagem da série "Os Contemporâneos, da RTP, interpretada pelo actor Nuno Lopes: "vão mas é trabalhar"!
O Centro de Portugal continua a ser uma terra maldita, o outrora Pinhal Interior está reduzido a cinzas fustigado por incêndios ano após ano. Dizem que estas tragédias acontecem pelas terras estarem despovoadas, pela falta de limpeza da floresta pejada de eucaliptos e pinheiros. No entanto, às vezes parece que o teatro de operações transforma-se numa fogueira de vaidades e patentes onde toda a gente anda descoordenada. Mesmo procedendo à gestão de combustível prevista na lei e à afinação da rede de emergência nacional, SIRESP, as populações continuam abandonadas à sua sorte convertendo-se em agentes de Protecção Civil forçados.
Nos EUA, milhares de pessoas prometem invadir uma base militar secreta da Força Aérea para ver os alienígenas pois acreditam esconder provas de vida extraterrestre. Este foi o resultado de andarem a ver a série "Ficheiros Secretos" anos a fio! Já se pensa fazer o mesmo em Lisboa, ocupar o estabelecimento prisional da Polícia Judiciária para ver o alienígena da informática, o hacker habitante de outro planeta que não da Terra, mas aviso já que em Portugal não existem "aliens", só alienados, e aquilo que vão conseguir ver na prisão é uma mistura do Spock com o Zé do Telhado!
Disse um dia Churchill que "a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros". Talvez por isso se consiga compreender que as recentes eleições legislativas gregas tenham dado a vitória à direita conservadora, precisamente aqueles que levaram o país à bancarrota. Tsipras errou ao fazer acreditar que seria possível terminar com a deprimente austeridade destruidora da economia e da sociedade, desafiar os agiotas, rasgar memorandos, romper com o Fundo Monetário Internacional, com o Banco Central Europeu e governar contra a Comissão Europeia. Entre ameaças de expulsão da União Europeia e quase 300 milhões de euros em resgates depois, o fado grego transformou-se em doença bipolar, eufóricos com a chegada do Syriza ao poder, irritáveis por terem saído dos programas de ajuda externa.
As transferências que acontecem no mundo do futebol não deixam de causar perplexidade e até indignação devido aos seus números milionários, no entanto, a recente venda para o campeonato espanhol de um prodígio português de 19 anos devia deixar orgulhosos muitos portugueses porque é o reconhecimento da qualidade e do talento do jogador lusitano. Em vez disso, os velhos do Restelo, de Alvalade e das Antas, não compreendem, não encontram explicação racional para essa venda e declamam ressentimento. O "velho dos Lusíadas" chega a dar lugar a uma velha eurodeputada que questiona se isto não se trataria de um "negócio de lavandaria". Se Camões fosse vivo não percebia como se exalta por um Ronaldo e pelos seus feitos além fronteiras enquanto se demonstra animosidade por um jovem que é transferido de forma épica à custa do seu trabalho e habilidade, nada que um bom medicamento com bicarbonato não resolva os problemas destes reaccionários.