"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
Depois de termos sido catalogados pelo primeiro-ministro de "piegas" e termos sido aconselhados a empobrecer, é agora a vez dos jornalistas serem chamados de "preguiçosos", "orgulhosos" e "Maria vai com as outras". Esta moralidade pudica, esta forma de pressão sobre o jornalismo "que informa mal os portugueses" faz-nos recuar ao tempo da saudosa Censura: um Portugal fictício, de aparências, de forma a ocultar a realidade à União Europeia e à "Troika" sobre a situação real da economia e das finanças públicas.
Um ano depois de Rui Moreira ter tomado posse na Câmara Municipal do Porto, parece que muito boa gente continua com um grave problema de digestão. A sensação de enfartamento revela-se naquele jornal que se titula "a voz do norte", "o único diário da cidade do Porto", através da pena do seu subdirector, utilizando a coluna de opinião para atacar outro cronista, o chefe de gabinete do presidente da câmara. É delicioso ver este aguçar de facas, desde a conhecida simpatia reverencial que o periódico nutria por Luís Filipe Menezes, o salvador messiânico, até à costumeira antipatia por Rui Rio, culminando com a ciumeira pela aproximação institucional de Rui Moreira a Lisboa, nada que um bom medicamento com bicarbonato não resolva.
Parece que as agências de "rating" continuam a colocar Portugal no "lixo". É normal, a actividade de certos humanos, produtores de resíduos, transformaram este país num gigantesco aterro sanitário. A imundície começou com os resíduos sólidos urbanos do BPN, apesar da tentativa falhada de compostagem por parte de correligionários do partido que hoje está no Governo. Segui-se o entulho inorgânico dos submarinos, descarregados pelo então ministro da Defesa, que ainda hoje expele um estranho odor a metano. A seguir, os resíduos especiais perigosos para a saúde das contas públicas: o buraco gerado pela dívida da Madeira e as PPP (parcerias público-privadas), iniciadas em 1995 com as pontes de Lisboa. Por fim, o lixo "tóxico" do BES que pode vir a ser reciclado pelos contribuintes, imagine-se, já que a sua incineração é impossível!