"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
Por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação de Todas as Formas de Violência Sobre as Mulheres, é bom relembrar as centenas de mulheres que foram assassinadas em Portugal, as tentativas de homicídio e as milhares de queixas policiais. Qualquer um de nós tem a obrigação moral de apontar a dedo os prevaricadores: maridos que pensam que a mulher é sua propriedade, companheiros que não aguentam a frustração de uma rejeição, cobardes que só têm cagança no meio do leito conjugal, jovens namorados que têm a mania que são maus, mais viciados em modas, em álcool e substâncias proibidas do que no amor, a impoluta figura pública, e alguns que, em nome da tradição cultural, revelam todo o seu atraso civilizacional.
Pensei que a justiça portuguesa fosse única a ter sentenças controversas e incompreensíveis. No caso do petroleiro Prestige, afundado na costa da Galiza, há 11 anos, os espanhóis também se juntam à desgarrada. O veredicto é simples: não há culpados - nem políticos, nem petrolíferas, nem armadores, nem os responsáveis pela inspecção do navio tiveram algo a haver com a maré negra que arrasou o ambiente e a economia da costa norte espanhola. Lembrei-me da nossa tragédia de Entre-os-Rios onde a culpa também morreu solteira. A justiça ibérica deixou de ser um refúgio dos desafortunados para passar a a ser um jogo desprestigiante onde há mais probabilidades de se perder do que ganhar.
As alucinações do presidente venezuelano, Maduro, continuam a marcar a actualidade e a ridicularizar o próprio socialismo. Primeiro quis governar por decreto durante um ano, e , entre aparições do defunto Chavéz em forma de pássaro até ao surgimento da própria fotografia num túnel de Caracas, decide agora decretar a chegada do Natal no dia 1 de Novembro para derrotar a "amargura". Pensava eu que o socialismo não se padecia com o consumismo da época natalícia à moda do "neoliberalismo". Esta angústia é o medo da sua imaginação fértil não conseguir justificar aos pobres venezuelanos o caos económico em que se encontra o país, o crime, as constantes falhas de energia, as faltas nas lojas de produtos básicos como farinha, açúcar, manteiga, sabonetes e papel higiénico, na nação que tem as mais vastas reservas de petróleo do mundo!