O maior humanista português
Por ocasião da chegada a Cabanas de Viriato de familiares de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, salvos graças aos vistos do diplomata Aristides de Sousa Mendes - o maior humanista português, é bom relembrar o passado de um homem que deveria figurar em todos os compêndios escolares. Desafiando o regime salazarista, salvou da morte milhares de refugiados, sobretudo judeus, através da concessão de vistos quando era cônsul de Portugal em Bordéus. Isto custou-lhe a carreira e vida familiar, sobrevivendo graças à solidariedade e acabando na miséria. Foi tardiamente reconhecido pelo Estado português, ao contrário do povo israelita que prestou-lhe homenagem em diversas ocasiões. Não obstante o heroísmo deste diplomata, e o esforço de algumas entidades, a sua antiga casa continua em ruínas aguardando a sua transformação em museu. Não seria digno a sua urgente restauração para preservação da memória de quem dignificou tanto o povo português?
N. B. - Parte deste texto foi modificado e publicado originalmente em vários locais por mim, em Novembro de 2008, por ocasião do 60º aniversário da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos.