"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
Tive pena, confesso, de ver Jesus subir a Via Dolorosa em direcção à tribuna do Jamor. Cuspido e insultado pela turba furiosa, desapontada, traído pelo apóstolo Cardozo e imaginando o seu lugar ser preterido em favor de um Barrabás qualquer, foi crucificado. Não sei se a sua ressurreição e o consequente regresso das vitórias será uma realidade, mas o Jorge nunca poderia proclamar-se o messias da religião encarnada sendo sportinguista, nem tampouco devia simpatizar com o Diabo depois de este o tentar mudar de clube por várias vezes.
Estou farto de ser o segundo - o primeiro dos últimos -, farto de ver a minha equipa falhar nos momentos decisivos, farto de ver quem não saiba perder nem ganhar, farto do "merecias vencer", das palmadinhas hipócritas de "boa sorte" dos patrioteiros de ocasião, que tentam disfarçar o ódio que nutrem por nós. A esses, aos rivais que festejam os nossos desaires mais do que as suas próprias vitórias, quero dizer-lhes que "sou de um clube lutador", que terão que levar com o Benfica até ao fim das vossas vidas, que combateremos este desencanto, este fado, este argumento de longa metragem que é o previsível futebol português.
Continua a ser um 1º. de Maio triste, um dia em que todos os trabalhadores deveriam descansar junto das suas famílias e não aturarem o egoísmo tresloucado daqueles que correm aos supermercados com a promessa de descontos. Há pessoas que acusam os patrões e o Governo de desrespeitarem a lei do trabalho mas só lhes dão razão, nem sequer são solidários com eles próprios, também trabalhadores, sem consideração por aquilo que seria a elementar justiça: que todos usufruam do feriado do Dia do Trabalhador.
