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DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

Ter | 30.03.10

Barulho desnecessário

Dylan

Afinal, parece que a montanha do desagrado pariu um festival, ou seja, perante a indignação dos pseudo-notáveis do norte do País em relação à transferência do "Red Bull Air Race" para Lisboa, tudo leva a crer que a competição deverá alternar entre a capital e o Porto. Não sei agora o que dirão os caciques regionalistas, sempre prontos a abrirem umas inúteis guerrilhas que dividem o norte e o sul. Parece-me óbvio que esse é o desfecho mais justo, embora não o suficiente para calar as lamúrias complexadas do costume onde até o futebol serve de arma de arremesso. Dá impressão que o País é só Porto e Lisboa, ostracizando o interior, este sim, merecedor de uma profunda regeneração a todos os níveis deixando o desterro a que está votado. 

Ter | 23.03.10

Dias de tempestade

Dylan

 

No passado dia 18 de Março, o Mistral - um vento seco e cortante - fustigou a Provença, nomeadamente a cidade de Marselha. Chegou tarde, vindo de noroeste, mas paradoxalmente aqueceu o coração de muitos emigrantes e benfiquistas presentes no Vélodrome. Enquanto isso, em Portugal, assistia-se a uma espécie de intifada para as bandas de Alvalade: um bando de energúmenos atiçados por dirigentes desportivos ávidos de protagonismo. Como não bastasse, no último Domingo, o Algarve foi castigado por um vento do Levante fora de época. Soprou quente, arrancou pedras, vidros, provocou feridos e fez disparar as vendas de medicamentos contra a azia. Queria pensar que houve uma equipa superior a isso tudo, mas infelizmente, há sempre alguém disposto a estragar o futebol em nome do ódio. 

Qua | 17.03.10

Lufada de ar fresco

Dylan

tv1.rtp.pt/noticias/

 

O Benfica marcou pontos no Funchal. Não foi só por ter ganho o jogo contra o Nacional mas porque soube responder às provocações do treinador local que falou em "túneis e dedos espetados". Com uma bofetada de luva branca, o Benfica, através da sua Fundação, concedeu apoios a famílias com vista à aquisição de nova casa na sequência da intempérie na ilha. Mais do que palavras e jogos de ocasião, a dimensão do Benfica não esquece a matiz das suas origens humildes e permite ao seu presidente dar uma lufada de ar fresco ao poluído futebol. Porque para alguns, sentir que uma instituição tão grandiosa é solidária com eles e poder ver e tocar nos seus ídolos, foi das poucas alegrias que tiveram desde 20 de Fevereiro último.

 

 

Sex | 12.03.10

O princípio da crise

Dylan

Não convivo com o mal dos outros, mas quando vejo adeptos do F. C. Porto esperarem adversários europeus do Benfica ao aeroporto, incentivando-os, não posso evitar um sorriso ao constatar a humilhação portista em Londres. E mandando o patriotismo hipócrita às malvas, aqueles que assinaram em cinco minutos e os amnésicos de ocasião, devem ter noção de que não voltarão tão cedo ao palco dos Campeões. Mas prevendo estragos futuros, num gesto de falsa solidariedade,logo tratam de lamentar-se pelas poucas verbas atribuídas aos participantes da Liga Europa comparativamente à Champions. Entre promessas sobrenaturais, confrontos físicos entre atletas, transferências abortadas, apitos vermelhos, túneis sem guardas, vigílias, ameaças à comunicação social e incompreensíveis empréstimos de jogadores, já não disfarçam aquele que pode ser o maior descalabro financeiro de sempre e de proporções desportivas inimagináveis. 

Seg | 08.03.10

Sofrer em silêncio

Dylan

 

 

Música feita em memória de Jeremy Wade Dell que se suicidou em Dallas aos 15 anos de idade devido às constantes perseguições de colegas de escola

 

O caso de bullying ocorrido em Mirandela vem expor à saciedade a gravidade desta praga. O problema já ultrapassou os portões escolares para entranhar-se de uma forma asquerosa na vida social e no local de trabalho. Porque não estamos a falar apenas de uma obsessão pelo poder, da dominação sobre um indivíduo, mas de um agressor que ameaça tornar-se num potencial criminoso. Esta forma de intimidação pode ter tido origem dentro do ambiente familiar onde a educação infantil não foi devidamente acautelada. A escola de Mirandela foi a primeira a descartar-se, por isso, à semelhança do que aconteceu noutros países com casos semelhantes, deveria ser duramente responsabilizada, começando pelo autismo das chefias e reforçando a vigilância preventiva de todos os intervenientes do sistema educativo.

Qua | 03.03.10

Honra e glória

Dylan

 

 

 

 

 

Está de parabéns o maior clube português. Fundado em 28 de Fevereiro de 1904 numa farmácia dos arredores de Belém, o Sport Lisboa e Benfica comemorou recentemente 106 anos. Durante muito tempo foi a bandeira do país, dos emigrantes, do êxodo colonial. Interromperam-se guerras em África para acompanhar os seus jogos porque Eusébio e Coluna cativavam admiradores das duas facções beligerantes. O vermelho arrebatador, de paixão, de homens extraordinários como Manuel Goularde, Cosme Damião, Joaquim Bogalho e Borges Coutinho. O Benfica teve dirigentes perseguidos pela ditadura e o primeiro hino do clube foi alvo de censura. Permanentemente de casa às costas, viu tardiamente o seu estádio ser construído apenas com sacrifício dos sócios, da solidariedade, imagem de marca dos estratos sociais mais humildes e de raízes operárias. O mais popular dos clubes portugueses caracteriza-se pelo ecletismo das suas modalidades. A mística - entranhada na pele de figuras como Carlos Lisboa, António Livramento, Eusébio, Guttman e José Maria Nicolau. Actualmente, o clube do mundo com mais sócios, desperta ódios e invejas, mas ao mesmo tempo consegue ser um expoente de modernidade pois desenvolveu um canal televisivo, uma Fundação, construiu parcerias estratégicas e um estádio novo.