Êxito desportivo?
Em Portugal conquistam-se tetracampeonatos de futebol como quem come uma peça de fruta. Dizem que é devido à competente organização e estabilidade. Na Europa não encontramos praticamente nenhum clube que iguale tal façanha mas verificamos a existência de um poder judicial forte, imparcial, sem qualquer tipo de temor reverencial à figura desportiva. Uma justiça que não se demite das suas funções nem tampouco expede cartas-brancas para relações institucionais menos claras: com os políticos, nos órgãos jurisdicionais desportivos, na arbitragem, na tristemente instrumentalizada comunicação social, nas transacções obscuras entre jogadores, em subterfúgios processuais, no tráfico de influências e nos compadrios. Tão importante como o próprio jogo e perante a impossibilidade de se apagar o passado, este é o êxito desportivo que alguns hipocritamente glorificam.