O artista do barro
A morte do artesão José Franco, criador das miniaturas da aldeia saloia de Sobreiro, foi uma grande perda para a olaria, cerâmica e escultura portuguesa. O mestre teve uma infância difícil e um fim de vida indigno para o enorme talento, qualidades humanas e reconhecimento internacional que granjeava. Dedicou vários anos da sua vida à arte e à sua pequena aldeia, menina dos seus olhos. Mesmo assim quiseram afastá-lo e negar-lhe o desejo de criar uma fundação que o seu maravilhoso património exigia. Não realizou o sonho de abrir uma escola de formação para a juventude mas imortalizou eternamente o nome do país. Nas palavras do escritor brasileiro Jorge Amado, “um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos”.
No mundo actual, onde o egoísmo e o materialismo imperam, o artista deu uma extraordinária lição de vida à sociedade e porque não dizer à sua família.