Saudoso jornalismo
A morte de Alfredo Farinha significa o fim da melhor geração de jornalistas da imprensa desportiva em Portugal, para não dizer do jornalismo em geral. Nas palavras do beirão, um tipo de jornalismo que "não obedecia à voz do dono" nem tampouco era subserviente. Independentemente das suas simpatias políticas e do seu clube do coração, defendido até à medula quando era ridicularizado por invejosos, utilizava corajosamente a liberdade de expressão mesmo nos tempos de feroz ditadura.
Escrita irrepreensível, foi professor e agraciado com o grau de comendador, também graças aos seus valores morais onde a frontalidade e a lealdade imperavam.
Que lição para os dias de hoje onde o jornalista se confunde com o ardina, a notícia com a opinião, onde a a deontologia é arrumada para dentro de uma secretária e a promiscuidade de alguns jornalistas com agentes desportivos é demasiado comprometedora.