"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)
Em Agosto do ano passado, nas Festas da Cidade de Valongo, assisti a um concerto de Nuno Guerreiro, envolvido no projeto “Zeca Sempre”, ao lado de outros cantores que revisitavam a obra de José Afonso. Presenciei a sua voz inconfundível que se sobrepunha aos outros músicos do grupo, o seu talento que enchia o palco de luz e aquecia a noite fria. Perdeu-se uma da maiores vozes da música portuguesa, uma alma sensível e diferente que nunca renegou as suas origens.
Em vez de criar este forrobodó no Governo e fazer-se de vítima, o primeiro-ministro devia copiar o exemplo de Hernâni Dias, o antigo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, que tinha criado duas empresas imobiliárias que poderiam beneficiar da lei dos solos, e demitir-se. Preferiu trespassar para a família a empresa de onde recebia avenças quando já era governante, escondendo a violação do dever de exclusividade, indo de encontro ao conflito (...)
A figura do chamado "político de bem", eleito por "cidadãos de bem" que foram seduzidos por "discursos de bem", chegou a Portugal através dos populistas do Chega. Ultimamente, a tal alternativa política da moralidade e dos bons costumes anda mergulhada em polémicas e os seus deputados têm ou tiveram problemas com os tribunais em Portugal. Reparem na hipocrisia, os políticos e os "cidadãos de bem" apontam o dedo aos outros porque acham-se superiores, representantes da sociedade (...)
No espaço de aproximadamente uma semana, várias polémicas do estilo "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", abalam a vida política portuguesa. Primeiro, o caso das malas alegadamente roubadas dos tapetes rolantes nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, por Miguel Arruda, deputado do Chega, partido que bate no peito pelo combate à criminalidade. Soube-se também que o Bloco de Esquerda terá despedido cinco trabalhadoras que tinham sido mães há pouco tempo, de tal modo (...)
Foi descoberta uma gruta entre Contumil e as Antas, no Porto, através de uma auditoria. Tudo indica que pertence a Ali Babá e aos Quarenta Ladrões, com um recheio de quase 60 milhões de euros, entre relojoaria, joalharia, material desportivo e informático, carros, ingressos para ver futebol, bilhetes para viajar, fazer refeições e alojamentos em resorts e hotéis de luxo. Nesta estória das Mil e Uma Noites, estranha-se o facto do melhor hacker do mundo, que por acaso é (...)
Oito anos depois, a história repetiu-se, Donald Trump venceu a eleição presidencial dos Estados Unidos, desta vez turbinado com o motor da Tesla. A América é mesmo a terra da oportunidade e de cidadãos alienados, permite que um populista e condenado sente-se na Casa Branca ameaçando a própria soberania nacional. Regressará o ódio, o racismo, o supremacismo branco, a intolerância, o egoísmo e o nacional radicalismo de direita que despreza os direitos das mulheres. A única (...)
Tenho a certeza que a maior parte dos portugueses confia mais nos jornalistas do que nos políticos, mesmo que o primeiro-ministro critique o ritmo "ofegante" do jornalismo e imagine perguntas "sopradas" ao auricular. Acredito que a grande maioria dos jornalistas respeita o seu Código Deontológico, ao contrário de muita da classe política que não cumpre os princípios gerais do Código de Conduta dos Deputados à Assembleia da República, comprovado pelos inúmeros casos de (...)
Sete meses depois de vencer as eleições legislativas, a propagandeada "mudança" da Aliança Democrática não existe. A saúde continua um caos, o acesso às urgências hospitalares de obstetrícia e pediatria continuam condicionadas ou encerradas. Na educação, duas semanas após o início lectivo, cerca de 100 mil alunos estão sem professor a pelo menos uma disciplina. Sucedem-se os comportamentos inconvenientes: o ministro da Defesa, Nuno Melo, quase ameaçou tomar Olivença, (...)
Só mesmo num país como este é possível arder mais de 5000 hectares no arquipélago da Madeira, aproximando-se do valor total de área ardida no continente, no mesmo período, enquanto o presidente do Governo Regional, no intervalo de um mojito, mergulhava nas águas cálidas de Porto Santo, após passear nos areais dourados e macios ao mesmo tempo em que o fogo ameaçava povoações. Simultaneamente, no Machico, o executivo madeirense não se opôs à realização da queima dos (...)
Foi completamente surreal a videoconferência do filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria. Parecia o homem estátua, sem mais nada a acrescentar, sem tugir nem mugir, numa espécie de "Silêncio dos Inocentes". Quem quebrou o silêncio e declarou-se inocente de deitar abaixo um governo foi Lucília Gago, procuradora-geral da República. Não tem culpa de ter lançado a (...)