Um sonho de verão
Sonhei que o Governo tinha mandado às malvas os centralistas e regionalistas de ocasião, substituindo as candidaturas de Lisboa e do Porto à sede da Agência Europeia do Medicamento pelas cidades da Covillhã e Vila Real. Era hora de alavancar o interior, acabar com as assimetrias regionais, e a cidade serrana, com uma pujante universidade contendo o curso de Ciências Farmacêuticas, uma boa autoestrada e o aeródromo de Castelo Branco nas proximidades, podia ser uma boa solução. Surgia também Vila Real, com a não menos famosa Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, um aeródromo, boas acessibilidades onde se destaca o túnel do Marão, a maior infra-estrutura rodoviária do género na Península Ibérica. Depois acordei ao som da guerrilha de caciques políticos e seus peões que dividem o país em norte e sul e verifiquei que aquilo não tinha passado de um sonho de início de verão.