Proscritos
Manifestam-se os empresários, desesperam os banqueiros, berram os patrões e gestores, inquietam-se os preconceituosos, digladiam-se os comentadores de serviço e agitam-se os mercados pois vai chegar o demónio a Portugal em forma de uma coligação política de esquerda. Para alguns "democratas" desta sociedade, devia haver na Constituição um artigo que não permitisse coligações de esquerda preparadas para governar, apenas puritanos de direita. Vejam o delito dos proscritos: dois partidos que nunca governaram aliam-se ao maior partido de oposição para repor salários da função pública e valores do Abono de Família, para actualizar pensões e baixar o IVA da restauração, para eliminar a sobretaxa de IRS e a contribuição extraordinária de solidariedade, para aumentar o mísero salário mínimo nacional e impedir penhoras sobre habitações familiares.