O cheiro de Belém
Cavaco Silva diz que o caso das dívidas de Passos Coelho são "lutas político-partidárias" agravadas pelo "cheiro de campanha pré-eleitoral". Em Belém, nada de novo, o aroma é conforme a direcção do vento e o sonho laranja de "uma maioria, um governo e um presidente" nunca fez tanto sentido. O homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas até disse que os portugueses podiam confiar no BES. O homem de "bom senso que sabe distinguir jogadas político-partidárias" desenha agora o perfil para o próximo Presidente da República, mas já não teve o mesmo olfacto quando criou a controvérsia das supostas escutas do gabinete de Sócrates à sua presidência. Sabemos que para sermos mais honestos do que ele temos que "nascer duas vezes", que a sua pensão não vai dar para pagar as despesas, que não tratou de forma condigna José Saramago e Carlos do Carmo, só não sabíamos que este homem é aquilo que um presidente não deve ser e dizer.