Os filhos do cavaquismo
Os filhos do cavaquismo não gostaram de ver o ex-primeiro-ministro José Sócrates apontar a dedo os diabretes do Presidente da República. Insurgem-se na televisão, nos blogues, nos jornais e berram para quem os quiser ouvir. Escavacados por escândalos bancários, pelo facilitismo no crédito, pelo "tachismo", pelo maior número de anos consecutivos que estiveram num governo, por sugarem a torneira dos milhões da União Europeia, falam do anterior executivo com desdém, como não tivessem culpa no cartório pelo estado a que chegou o país. Os herdeiros destes filhos não melhoraram: querem "ir mais além" das metas da troika, mandam-nos "ser menos piegas", emigrar, filosofam que o desemprego "é uma oportunidade", roubam salários a privados através de impostos, a reformados e a funcionários públicos.