Para Marte
Foto da National Geographic
Dava-me jeito fugir para Marte e escapar à subida dos empréstimos de habitação, da subida do custo de vida, das ex-Scuts e do aumento de impostos. Em Marte, não há intrujões: não se chumba um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) por ser "um sacrifício inaceitável para a sociedade" para depois introduzir uma contribuição extraordinária sobre o subsídio de Natal. Em Marte não existem sacos azuis, só a coloração avermelhada do planeta e, apesar do pouco oxigénio que lá existe, o ar é mais respirável do que cá em baixo. Em Marte, o IVA não sobe na mesma proporção que as temperaturas negativas descem nem a minha reputação como devedor está ao nível de "lixo". Em Marte existe pouca água, em Portugal, todos metem água. Em Marte existe o sossego que eu precisava.