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DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

DYLAN´S WORLD

"Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi". (Henry David Thoreau)

Qui | 14.08.08

O pior clube da Europa na bolsa

Dylan

 

FC Porto é o pior clube da Europa na bolsa.

 

Acções da SAD caíram 30% desde o início do ano, o pior desempenho entre os clubes europeus.

Se a bolsa funcionasse com as regras do futebol, a SAD do Porto seria despromovida. Isto porque as acções do emblema azul e branco seguem com o pior desempenho entre os clubes europeus de futebol cotados em bolsa.

A conquista do tricampeonato de nada valeu aos accionistas do FC Porto que, apesar do sucesso desportivo do clube, viram o seu investimento derrapar 30% este ano. O mesmo é dizer que cinco mil euros investidos no início do ano valem hoje 3.500 euros. Esta prestação coloca a SAD portista no último lugar do Dow Jones Stoxx Football, um índice que reúne 27 clubes europeus que negoceiam em bolsa.

Um dos investidores penalizados pelo comportamento das acções é o próprio presidente do FC Porto, Pinto da Costa, que perdeu 91 mil euros com os títulos do clube que dirige, desde o início do ano. De acordo com o último relatório e contas, Pinto da Costa detém 152,4 mil acções da instituição.

Mesmo com uma queda de 30% em 2008, a SAD portista apresenta um desempenho mais positivo face à maioria das cotadas do PSI 20, a principal montra da bolsa portuguesa. Só o BPI e o BCP já perderam mais de metade do seu valor de mercado este ano, por exemplo.

Mas o desempenho do FC Porto na bolsa está em contraciclo com o do futebol europeu que, este ano, está a dar dinheiro aos investidores. Em 2008, o Dow Jones Stoxx Football valorizou 11%, um mundo à parte da crise que se faz sentir nos mercados. Aliás, clubes como o Fenerbache, que disparou 116% este ano,  e a AS Roma, que subiu 38%, fazem inveja à maioria dos investidores da bolsa que continua a perder dinheiro na crise do ‘subprime’.

Na maioria dos casos, o sucesso desportivo de uma empresa cotada provoca uma subida no valor das suas acções. Já os títulos das Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) parecem, pelo contrário, ignorar a exibição dos clubes dentro das quatro linhas. Em 2004, por exemplo, ano em que o FC Porto venceu a Liga dos Campeões sob o comando de José Mourinho, os títulos desvalorizaram 21%.

Existem duas explicações para esta discrepância entre os feitos dos clubes e a evolução das suas acções. A primeira é a estrutura blindada das SAD. Ao controlarem mais de 50% do capital, como são os casos do Benfica e do Sporting, os clubes de futebol afastam potenciais investidores, que não vão aplicar dinheiro numa empresa onde nunca poderão ser maioritários, independentemente do preço oferecido.

Outra das justificações é a de que nas SAD o investidor também é adepto e, muitas vezes, o amor à camisola acaba por se sobrepor aos critérios de racionalidade económica que regem os mercados financeiros. A OPA de Joe Berardo sobre o Benfica, por exemplo, não colheu mais de 1% do capital.

 

"Diário Económico"

Sex | 08.08.08

Crónica de Armando Baptista-Bastos sobre o "Janeiro"

Dylan

É uma fotografia dramática, publicada no "Diário de Notícias": um grupo de jornalistas, à porta de "O Primeiro de Janeiro" - aguarda. Aguarda, quê? Que o seu destino seja resolvido. A porta está fechada: uma metáfora do que acontece. A ERC declara algo de embrulhado em santas intenções; o ministro Santos Silva faz o que tem por hábito fazer: diz coisas.

Os jornalistas aguardam. Estou ali com eles. A minha débil e rouca voz protesta os protestos dos meus camaradas. Separam-nos muitos anos de idade. Une-nos a força de uma antiga solidariedade, que em si mesma se respeitava como a certeza das grandes esperanças. Eu próprio, várias vezes no desemprego por motivos políticos, obtive a generosa solidariedade de camaradas que pensavam diametralmente oposto ao que eu pensava.

Camaradas, assim mesmo. O poder impetuoso de uma palavra que conferia o timbre próprio de uma particular aristocracia. Tenho muito orgulho em pertencer-lhes. Sinto uma crispada emoção ao saber que me pertencem. Camaradas, assim mesmo. Um dia, Neves de Sousa, um dos grandes do ofício de fazer jornais como quem constrói catedrais de papel, foi abordado por uma jovem estagiária: "O colega é capaz de me informar?…

" Não completou a frase. O Neves era um homem corpulento, grande bebedor, grande pecador, exemplar na defesa de certos redutos sagrados. Um pouco zangado, respondeu: "Minha menina, colegas, são as putas; os jornalistas são camaradas e tratam-se por tu."

"O Primeiro de Janeiro" é um repositório dessa fraternidade exemplar. Nos áureos tempos chegou a atingir tiragens de cento e vinte mil exemplares diários. E o seu director, Manuel Pinto de Azevedo, não escondia as suas tendências democráticas, liberais e republicanas. As pressões e as ameaças veladas eram constantes.

Pinto de Azevedo não só as ignorou, com soberano desprezo, como chegou a contratar jornalistas que não encontravam ocupação em Lisboa, devido às suas convicções políticas.

O matutino era do melhor que se editava na Europa; e, em termos de apresentação gráfica, absolutamente magistral. Em Portugal, era incomparável. Bateu-se pela causa dos aliados, contra o nazi-fascismo, numa época em que uma conduta dessa natureza era perigosíssima. E, na sua Redacção, trabalharam alguns dos maiores nomes do jornalismo português contemporâneo.

Além do que não há gazeta nacional que se ufane de apresentar, como colaboradores, Camilo Castelo Branco, Fialho d'Almeida, Antero, Régio, Torga, Casais Monteiro, por aí fora. A opção cultural foi, também, um dos mais importantes legados de "O Primeiro de Janeiro."

O turbilhão do 25 de Abril abriu portas aos piores aventureirismos. Chegou a estar nas mãos do CDS: um estrago irreparável numa tradição modelar de progressismo e de modernidade.

A trapalhada que permitiu uma situação desacreditante, na qual jornalistas de "O Norte Desportivo" tomam, de inopino, o lugar de outros camaradas, exige, de uma forma ou de outra, a intervenção dos poderes públicos. "O Primeiro de Janeiro", sendo um orgulho do Porto e uma honra da Imprensa, é património nacional.

Ter-se-á de encontrar argumentos mais sérios e mais graves do que aqueles até agora tornados público. Há, notoriamente, um turvo véu que parece ocultar a verdade dos factos, cuja natureza são, até agora, desconhecidos.

O problema apresenta equívocos e ambiguidades de que os jornalistas não são responsáveis. Salários em atraso, evasivas, portas fechadas. Se o Governo quer estar fora de causa, o Estado fica fora de jogo. A morte de um jornal é, sempre e sempre, um empobrecimento do diálogo, o desaparecimento da voz do outro. No caso de "O Primeiro de Janeiro", é uma indignidade.

Naturalmente, também estou naquela fotografia.

 

Qui | 07.08.08

O "Janeiro" visto pelo Director do Jornal de Negócios

Dylan

"O Primeiro de Janeiro fechou na sexta-feira, despediu toda a redacção, reabriu terça-feira com uma "nova" redacção, de jornalistas que já fazem outro jornal, o Norte Desportivo. Ainda não se percebeu bem o que aconteceu, mas o que parece é que este "golpe de Estado" que exonera uma redacção inteira é um abuso flagrante da lei do despedimento colectivo. Se isto é legal, peço desculpa por todas as vezes que escrevi que a lei laboral portuguesa é rígida."

 

Pedro Santos Guerreiro

 

Qui | 07.08.08

Dissertação de José Pacheco Pereira sobre o "Janeiro"

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"O Primeiro de Janeiro foi o meu primeiro jornal, como era normal para a classe média portuense que o lia, assim como o Comércio do Porto, e que considerava o Jornal de Notícias demasiado sensacionalista. Era o Janeiro e o Notícias, como se pedia nas bancas, sendo que do Notícias se dizia que se se dobrasse "escorria sangue" dadas as notícias de acidentes e crimes que lhe enchiam as páginas. O Comércio era muito popular a Norte, no Minho, no Douro, pela rede muito fina que tinha de correspondentes locais, cujas notícias são muitas vezes a única maneira de esboçar uma história local para pequenas vilas e aldeias. O Janeiro, pelo contrário era uma instituição respeitável, muito parecido com a cidade do Porto, no seu trajecto de jornal liberal, burguês, moderadamente oposicionista, ligado aos interesses industriais do Norte e ao comércio portuense que servia a cidade e o seu hinterland duriense. Era também (aqui com o Comércio, cuja página literária  rivalizava com a do Janeiro ) um jornal com uma página literária controlada por gente ligada à Presença na qual se podiam encontrar, no meio de um amarelo e vermelho que lhe dava cor, excelentes artigos sobre livros, ideias e correntes. Havia também notícias, uma página para os cinemas e os teatros em que se podia perceber que filmes havia e que tipo de filmes eram, e na última página o Reizinho, o Príncipe Valente e o Coração de Julieta (que também aparecia em tira no corpo do jornal), numa secção de banda desenhada igual à dos grandes jornais americanos.

 

Se isto não era um jornal a sério, eu não sei o que é um jornal a sério. Por isso, parte de mim vai com o Primeiro de Janeiro para o túmulo do tempo, e tenho dificuldade em identificá-lo com aquilo que se publica hoje com o mesmo título. Mas a vida é assim."

Ter | 05.08.08

Um jornalista com "tomates"

Dylan

 

 

 

O comunicado da SAD do Futebol Clube do Porto em resposta ao parecer de Freitas do Amaral é uma peça de alta comédia e um excelente retrato da mentalidade mais rasteira que por aí sobrevive. Durante anos e anos o futebol português foi um ecossistema onde muitos se alimentaram, cresceram e se reproduziram através de golpes baixos e jogadas de bastidores, construindo um mundo imprestável, onde as almas decentes só entravam com dois dedos a tapar o nariz. A falência económica dos clubes e a sua profissionalização através das SAD obrigaram a clarificar certos procedimentos, única forma de assegurar a sobrevivência do próprio futebol. Mas há hábitos difíceis de perder, e por isso assiste-se hoje a uma guerra entre o velho e o novo mundo, entre quem tenta despoluir o sistema e quem está tão habituado a viver no meio da imundice que é incapaz de abdicar dos seus vícios. O comunicado da SAD do Porto é notável por isso: ali estão, à vista de todos, dois mundos em colisão.

O que se passou na já famosa reunião do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol não admite dúvidas jurídicas, desportivas ou morais. Independentemente da decisão que estava em causa, da descida do Boavista ou da penalização de Pinto da Costa, só mesmo a claque dos SuperDragões ou gente com paralisia cerebral pode fingir não ter visto o que toda a gente viu: uma manobra inacreditável do presidente do CJ, António Gonçalves Pereira, para manipular o conselho a seu bel-prazer e beneficiar Porto e Boavista, desse por onde desse. O parecer de Freitas do Amaral sublinha apenas o óbvio, com a vantagem de sustentar esse óbvio com argumentos jurídicos irrefutáveis e numa linguagem compreensível por qualquer mortal. Freitas é de tal forma cristalino na descrição das sucessivas golpadas tentadas por Gonçalves Pereira que a carreira deste como advogado e político só não está acabada se não houver um pingo de vergonha nesta terra.

Ora, diante de tudo isto, o que diz a SAD do Porto? Que o mesmo professor Freitas do Amaral que antes de divulgar o parecer era o supra-sumo do direito administrativo se transformou subitamente numa figura sem credibilidade. Que o parecer é, afinal, uma mera "consulta". E que ainda por cima ele comete o pecado mortal de atribuir "toda a razão a apenas um dos lados", em vez de "encontrar uma solução equilibrada e justa". Ou seja, para a SAD do Porto, o parecer de Freitas do Amaral peca por excesso de clareza - de forma imperdoável, ele disse que o preto era preto e o branco, branco. Habituada a mover-se em águas turvas, esta gente dá-se mal com a nitidez, e tem saudades das decisões salomónicas que agradavam a gregos e a troianos. O velho mundo de futebol é como as baratas: especialista em ziguezagues e muito difícil de matar. Mas quando a carapaça estala... ui, que prazer que dá ouvir aquele crrrack.
 

 
João Miguel Tavares
jornalista
jmtavares@dn.pt

in Diário de Notícias
 

 

 
Seg | 04.08.08

O verdadeiro Apito Dourado tem longos anos...

Dylan

http://www.youtube.com/watch?v=QXu7kU-BHFY

 

Não pretendo gabar-me, mas a verdade é que percebi tudo sobre o futebol português no dia 21 de Setembro de 1994. Disputavam-se os últimos cinco minutos da segunda mão da final da Supertaça, no Estádio das Antas. Quem marcasse, ganhava. E o Benfica marcou. Custou um bocadinho, mas marcou. Lembro-me como se fosse hoje: Carlos Secretário, um especialista a fazer assistências para os adversários, isola de forma brilhante César Brito. César Brito remata para excelente defesa com as mãos de Baía, que se encontra dois metros fora da grande área. O árbitro, sr. Donato Ramos, observa rigorosamente a lei que se aplica em jogos no Estádio das Antas e manda seguir. Por sorte, a bola sobra para um jogador do Benfica chamado Amaral. Amaral chuta e José Carlos, defesa-central do FC Porto, introduz a bola na própria baliza. Golo. Nisto, o árbitro auxiliar, que naquela altura ainda se chamava bandeirinha, levanta a dita. No momento em que o jogador do FC Porto marca o autogolo, há um jogador do Benfica, a uns 15 ou 20 metros de distância, que está em fora-de-jogo posicional. Inteligentemente, Baía tinha saído da grande área para defender com as mãos o remate de César Brito, deixando depois este último em posição irregular. Golo anulado!
Como é evidente, fiquei esclarecido. Quando rebentou o escândalo dos quinhentinhos do Guímaro, nem um minuto de atenção dediquei ao assunto. Quando Carlos José Amorim Calheiros (conhecido no mundo do futebol como Carlos Calheiros e no mundo das agências de viagens como José Amorim) foi de férias para o Brasil com a viagem paga pelo FC Porto, tudo comprovado por facturas, encolhi os ombros. O clube da organização e do rigor tinha pago, por engano, uma viagem a um árbitro. E daí? Quem nunca pagou uma viagem a um árbitro por lapso que atire a primeira pedra. Acontece-me pelo menos uma vez por mês. Quando li as escutas sobre a «fruta para dormir» e os «rebuçadinhos para a noite», nem pensei duas vezes. E quando Pinto da Costa confessou que recebeu um árbitro em casa na véspera de um jogo, limitei-me a bocejar.

É por isso que tenho grande dificuldade em compreender os receios dos adeptos do FC Porto. Quando se soube que o parecer de Freitas do Amaral considerava válidas as deliberações do CJ, Guilherme Aguiar declarou à comunicação social que, embora ainda não tivesse lido o parecer, mesmo assim já o achava fantasioso. Aqui está uma proeza difícil, mesmo para um jurista experimentado. O FC Porto emitiu um comunicado informando que, afinal, o prof. Freitas do Amaral não era o exemplo de credibilidade e competência que, duas semanas antes, eles tinham garantido que era. Para quê darem-se a este ridículo? Amigos, se não aconteceu nada depois do golo do Amaral, dos quinhentinhos, do José Pratas a bater o recorde dos 100 metros à frente do Fernando Couto em Coimbra, do Calheiros, da fruta para dormir e do serviço de árbitros ao domicílio, não é um parecer de Direito Administrativo que vos vai tramar. Nada temam. Têm tempo para ler os documentos antes de o comentarem. E depois podem dizer: «Sim senhor, gostei muito de ler o parecer, a história é empolgante, e tal, mas agora vou arquivá-lo aqui no caixote do lixo, ao lado desta factura em nome de José Amorim». Mais cedo ou mais tarde, é lá que ele vai parar.

 

Ricardo Araújo Pereira

 

Seg | 04.08.08

Vergonha no Jornal "O Primeiro de Janeiro" - parte II

Dylan

Ilídia Pinto, representante do SJ presente na manifestação desta manhã frente à redacção, aconselhou os trabalhadores de O Primeiro de Janeiro a continuar a comparecer no local de trabalho até que recebam as cartas de despedimento.

Paulo Almeida, jornalista do O Primeiro de Janeiro e porta-voz da redacção, demitida na passada quinta-feira, considerou que o processo em causa "começou bastante torto".

Frisou que os "jornalistas não foram tratados como se impunha já que muitos trabalhavam no jornal há mais de uma década e foram tornados descartáveis".

"Os despedimentos têm leis a serem cumpridas e não o foram. Por isso não assinámos a rescisão dos contratos porque não nos davam garantias", acrescentou.

O jornalista admitiu que a equipa que fazia o matutino está "bastante desanimada" e apelou aos colegas, que entretanto passaram a redigir o jornal, que "reflectam sobre esta situação".

O novo O Primeiro de Janeiro está a ser redigido pelos jornalistas de O Norte Desportivo, caderno desportivo que integrava o centenário jornal portuense.

Rui Alas, o novo director do Janeiro e antigo director do Norte Desportivo, esclareceu que apenas soube que iria ser responsável pelo novo projecto no passado sábado e que a equipa tomou domingo conhecimento disso.

"Esta redacção é constituída por 10 jornalistas com carteira profissional mais colaboradores e opionistas", revelou.

Alas sustentou que aqueles trabalhadores "perceberam perfeitamente que não estavam a roubar nada a ninguém" por se tratar de "um novo projecto".

"Esta equipa não tem nada a ver com isso (despedimento da redacção do Janeiro) e quer apenas trabalhar", frisou.

O novo O Primeiro de Janeiro está "adaptado aos tempos modernos e utiliza os recursos da empresa como o Notícias da Manhã de Lisboa e do Diário XXI da Beira Interior".

Notícias da Manhã e Diário XXI da Beira Interior são dois títulos da mesma empresa, Fólio, que, tal como o novo Janeiro, estão nas bancas de segunda a sexta-feira.

Quanto à explicação para o despedimento colectivo da antiga redacção, Rui Alas avança que "se calhar a administração não conseguiu suportar a situação porque era um barco demasiado grande".

A antiga redacção de O Primeiro de Janeiro contava com 32 jornalistas divididos por várias secções.

Os jornalistas aguardavam, na manhã de hoje, a chegada da Inspecção-Geral do Trabalho, o que não se verificou.

Entretanto, alguns dos trabalhadores despedidos foram já recebendo as respectivas cartas de despedimento.

Desde sexta-feira que os 32 jornalistas de O Primeiro de Janeiro, despedidos colectivamente, têm comparecido no local de trabalho.

A anterior directora do jornal, Nassalete Miranda, anunciou quinta-feira que O Primeiro de Janeiro cessaria a sua publicação durante o mês de Agosto "para modernização em termos gráficos e de conteúdo".

No dia seguinte, sexta-feira, os trabalhadores do jornal receberam as cartas da administração que extinguiram os seus postos de trabalho por reestruturação da empresa detentora do título.

 

a/Fim

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Sex | 01.08.08

Gestores de "merdia"

Dylan

Depois de extinção do Jornal "O Comércio do Porto " é agora a vez do centenário "O Primeiro de Janeiro", referência na imprensa diária portuguesa.

Apesar da crise asfixiante que se vive no sector, não pode ser branqueado o mau papel de directores e administradores. Estes últimos, são verdadeiras fraudes empresariais que enganam os jornalistas e restantes trabalhadores, e  transformaram-se em sorvedouros de dinheiros comunitários.

Sub-repticiamente dispensam a Redacção, mudam as fechaduras das portas, ignoram os salários em atraso e fogem dos impostos. São os  gestores da nova vaga, ávidos de lucro, abrem e fecham empresas como quem muda de camisa. Os seus bens estão no nome de outros. Até quando durará a impunidade destes "xicos espertos"?